A Justiça Estadual do Maranhão homologou na manhã desta quinta-feira (16), uma composição civil que obriga o blogueiro Milton Vieira, autor e proprietário do blog “direto ao assunto cn”, a pagar cestas básicas, excluir matéria denominada “JUSTIÇA DO MA EXONERA SECRETÁRIO JUDICIAL DE COELHO NETO” e em seguida se retratar com o advogado Marcondes Magalhães.
O motivo que levou o blogueiro a ser derrotado na justiça ocorreu no passado, quando no período que ele se manifestava em sincronismo de opiniões com o governo passado e o feed do seu blog enchia-se de matérias com intenção de corroer a imagem do vereador Marcos Tourinho, que na época vivia uma ascensão política por ter assumido a presidência da Câmara Municipal contra a vontade do prefeito.
Coincidência ou não, a fake news que rendeu derrota judicial ao autor do blogue “direto ao assunto cn” era mais um ataque direcionado ao sobrenome “Tourinho”, visto que atingiria em cheio o irmão do presidente da câmara municipal, o secretário judicial da primeira vara da Comarca de Coelho Neto, Marcelo Tourinho. O ex-secretário judicial, obteve sua própria exoneração para preservar seu sobrenome e manter o nome do irmão afastado dos ataques constantes feitos pelo blogueiro.

Segundo uma certidão do Tribunal de Justiça do Maranhão, Marcelo Tourinho à época nunca foi demitido, a qualquer título não possui processo administrativo, criminal e penal contra sua ele, ou seja, sempre teve conduta ilibada e pelo visto foi apenas mais uma vítima da velha política.
As mesmas prerrogativas de profissionalismo e conduta ilibada se aplicam ao advogado e autor do processo, Marcondes Magalhães, que sequer algum dia foi politicamente exposto, mas que também sofreu com o poder destrutivo da notícia falsa.

Já dizia o filósofo e escritor italiano Umberto Eco: “O drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade”. Segundo ele, os “idiotas da aldeia” tinham o direito à palavra em um bar após uma taça de vinho, mas sem prejudicar a coletividade. Com o advento das redes sociais, no entanto, hoje eles “têm o mesmo direito à palavra de um ganhador do Prêmio Nobel”.
A justiça foi feita, mas é preciso dizer que a busca pela verdade não é uma tarefa exclusiva dos veículos de comunicação. Do lado do leitor, também é preciso cuidado para interpretar as notícias, avaliar a credibilidade de quem as veicula e, principalmente, não colaborar para a difusão de conteúdos falsos, uma tarefa que acaba dificultada pelo cunho ideológico dos principais virais. A luta contra a fake news precisa ser encarada como uma via de mão dupla.